25 de set. de 2008

Tem Cu-ltura pra todo mundo?

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Não me levem a mal, não sou mais um maldito ressentido, com uma metralhadora na mão, atirando para todo lado. Nem me tirem por frustrado pretensioso.
Me vejam apenas como a um palhaço,cujo humor está para vencer a validade, ou talvez seja aquele cara lá no final da platéia, o ultimo a entender a piada pronta.
Afinal com que objetivo escrevo?
Pode ser porque seja um velho senil demais para trocar a própria fralda, ou um tolo jovem demais até para se barbear.

Quero falar sobre CU-ltura, sem se aprofundar muito para não enjoar. Sem dar nomes aos cafetões de plantão.

Temos uma divisão aqui. (versão simplória)
A elite quer cafetina-la a preços de diamante lapidado da Tyffanis.
Se você não pode pagar pelo seu acesso, que vá para periferia, como se não encontrássemos coisas de muito conteúdo!
“Desculpe-me cidadão” é o que você ouve “mas vivo pela Cultura, não posso palestrar/apresentar/mestrar de graça, afinal, como vou bancar minhas férias na Europa, ou meu novo 0Km da vez ?

Por outro lado da moeda...

Beeem, se você não pode pagar, sempre há a alternativa, a banalização da dita cuja (agora fodeu geral), das massas, diversão barata e garantida.
Até tentaram uma misigenação do regionalismo geral, sem tomar cuidado com o que ia geral do fruto bastardo de uma união incestuosa.
Eis que nasce daí, a cultura massificada, sem direção, educação, onde todos metem a mão. (você pensa ÃO?)....deixa pra lá!
Onde a bunda da vez é assistida em palcos mal planejado por uma bando de urubus famintos, ouve-se musicas (sic?) com letras simplórias, corneadas ou ruidosas demais para sequer decorar o refrão.
Tudo isso nas melhores casas (redes de tv, ondas de rádio,enfim) do ramo.
Uma verdadeiro cativeiro de criação de gansos, cuja goela é atravessada por um funil por onde é consumadamente alimentado. Vê-se de um lado gansos, fileiras de gansos, do outro....mais gansos, uma verdadeira fabrica de engorda, assim como as redes abertas de televisão, cujo único objetivo é o consumo dos nossos fígados (ou como é conhecido nas altas rodinhas por "foie gras"), vendidos a preço de ouro.

Vê a ironia? Não? Espera um pouco deixa eu limpar o para brisa!
Os mesmos almofadinhas (lê-se cafetões, não esqueça) que a oferecem por preços estrastoféricos, também a fornecem para os menos favorecidos, numa versão puta dos Andradas.
De um lado a versão puta de elite e do outro a “me fode gostoso benzinho.”

E no meio disso tudo?
Não meu caro cidadão, não é o cu por onde a merda sai, pois a mesma se espalha mesmo é pelos ditos lados. O que temos é a minoria que sabe do verdadeiro significado da palavra CULTURA, aquela sem versão, sem fronteira, sem paradigmas.
Para todos e de todos, não custa nada, porem seu valor não tem preço.

Versões e versões, algum dia escreverei sobre isso.

Cultura!
Triste e enferma paciente. Fico imaginado quando haverá cura para seu mal, que remédio se usa para o caso de parasitas, sangue sugas e afins?
Posso discursar por horas a fio, refletir numa noite insone e nunca chegarei a uma fórmula milagrosa, pois para cada “cura” um novo mal é criado.

E os discorrentes do verbo sobre seu melhor uso, fazendo críticas a reveria, se tomam por acólitos da verdade messiânica. Os comparo a bêbados em desgraça, daqueles que a esperança encontra-se no fundo da garrafa de uma cachaça qualquer, numa mão ele se apóia onde dá, na outra, a dita garrafa vagabunda. Ai você percebe que se não há conteúdo por ter bebido demais, a mesma está sem fundo, pois o bebum tropeçou na própria ignorância, mas quando tem, o gosto é amargo, mau distilado, saca?
Ah, é claro, tem aqueles que a enchem, enchem até transbordar, pois de tão ruim, nem eles tem estômago para solver o fel. Tanto é seu conteúdo inútil!

Fodem, e como fodem esta pobre coitada!

Nossa amiga; doente, estuprada, embriagada em desgraçada (salve, salve).

E salve aqueles cujo coração e não a conta bancária, bate mais forte, os verdadeiros heróis da resistência ,cujo sangue, suor e lágrimas são derramados num compo de batalha cruel.
Mas devo confessar que exagerei no pragmatismo.

É por essas e outras que prefiro me entocar fundo numa caverna, ao invés de apenas fazer como a avestruz, que enfia a cabeça na terra.
Só porque ficar com a bunda pra cima é correr certos riscos desnecessários.

Marco Antonio
macbastian@gmail.com
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